Mori Energia irá instalar usinas fotovoltaicas até o fim do ano para geração distribuída em 17 municípios do Norte de Minas, com a oferta de 1.500 empregos diretos. Cemig terá participação em até nove UFVs.
Minas Gerais irá receber o que promete ser o maior projeto de geração distribuída do Brasil. O estado contará com investimentos da ordem de R$ 523 milhões para que pelo menos 30 novas usinas fotovoltaicas entrem em funcionamento em 17 cidades mineiras, entre elas Bocaiuva, Bonfinópolis, Corinto, Janaúba, Manga, Paracatu, Pirapora e Porteirinha. O protocolo de intenção do aporte foi assinado em cerimônia na Cidade Administrativa, entre o governador do estado, Romeu Zema e a empresa Mori Energia Holding S.A, que ficará responsável pela implantação de um total de 32 UFVs, com potência prevista de 150 MW e geração de 340 GW/hora-ano. Para efeito de comparação, esse volume equivale a abastecer 1,7 milhão de residências, ou seja, duas vezes o tamanho de Belo Horizonte.
Zema ressaltou a importância deste tipo de projeto e o resgate da confiança dos investidores em Minas, dizendo estar satisfeito em consolidar cada vez mais o estado no primeiro lugar do pódio na geração de energia solar no Brasil. “Tenho certeza que essa grande quantidade adicional de energia gerada a médio e longo prazo vai tornar o preço competitivo e nós vamos ter condições de atrair muitas indústrias aqui para o estado”, afirmou o governador.
Um dos planos estratégicos para o desenvolvimento do estado, segundo Zema, passa pela expansão da oferta de energias renováveis. Além disso, o político também destacou a mudança na gestão da Cemig para conseguir realizar novos investimentos e atender as demandas dos investidores. A Cemig é parceira da Mori em alguns dos empreendimentos. “Nós queremos que Minas, da mesma maneira que é considerada a caixa d’água do Brasil em termos de reservatórios, também tenhamos essa quantidade de usinas fotovoltaicas, já que o nosso índice de insolação, principalmente no Norte do Estado, é muito alto”, finalizou o governante.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Vitor de Mendonça, destacou o trabalho para facilitar a atração de empresas para Minas e o potencial de crescimento do setor energético. “A produção de energia solar ainda representa um por centro na matriz energética brasileira. Acreditamos ser este o momento ideal para o governo investir na atração destas empresas, uma vez que o estado tem uma das maiores capacidades de energia no mundo”, comentou.
A Mori Energia, é uma empresa especializada em investir e operar ativos ligados à energia renovável de GD, sendo a primeira vez no país que uma companhia implanta 32 usinas em curtíssimo espaço de tempo, numa assertiva de assumir a liderança do mercado no país. Bruno Ken Taniwaki Shiraga, diretor de Suprimentos da empresa, reforçou o apoio do governo para a concretização da iniciativa. “Desde o início quando decidimos investir em Minas Gerais nós contamos o apoio do governo. Estamos aplicando milhões no estado, no maior projeto de geração distribuída do Brasil. É muito importante esse momento para a gente”, declarou.
O consumidor-alvo da Mori, inicialmente de categoria comercial, como empresas e indústrias com consumo acima de 500 kWh na área de concessão da Cemig podem ter até 18% de economia com energia elétrica com a nova rede. “Trabalhamos com categorias de consumo e prazo de permanência. Quanto maior for esse período, maior o desconto. É importante ressaltar que, mesmo que a energia seja gerada em algum desses municípios, ela pode ser consumida em qualquer ponto atendido pela Cemig no estado, por meio da própria rede da distribuidora”, destacou Shiraga.
A maior parte do estado faz parte do chamado “Cinturão Solar”, uma faixa onde há maior irradiação solar no país, beneficiando a implantação deste tipo de empreendimento. Além disso, todo o processo de implementação e operação é realizado respeitando a legislação e prezando pela sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental das operações.
Para o diretor-presidente da Mori, pensar na energia solar é pensar no futuro por meio da energia limpa, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável das comunidades. “Outro ponto positivo é que a implantação de um empreendimento deste porte propicia diversos benefícios para as comunidades onde estão inseridas, gerando emprego, distribuição de renda e busca por qualificação profissional”, ressaltou, afirmando que aproximadamente 1.500 empregos diretos durante a fase de construção dos empreendimentos.
Sobre o crescimento da geração de energia solar como tendência mundial, o executivo destaca que além de contribuir para o meio ambiente, utilizando uma fonte renovável e sustentável, a geração distribuída fomenta também a economia, já que é possível reduzir a conta sem a necessidade de investimentos, obras ou riscos. Isso se traduz em competitividade, uma vez que a empresa pode alocar esses recursos em outras áreas. Para ele o Brasil começa a integrar este cenário, ainda que de forma tímida.
“Em 2018, foram incorporados 1,2 GW, totalizando 2,4 GW de capacidade instalada acumulada, ainda muito atrás da líder mundial, a China, que conta com 176,1 GW. Isso só evidencia o tamanho e potencial de crescimento deste mercado. A Mori chegou para liderar a mudança da matriz energética no país”, concluiu Shiraga.
Cemig GD terá participação em 9 usinas
Segundo o diretor-presidente da Cemig GD, Danilo Gusmão Araújo, a primeira usina do projeto já foi inaugurada em fevereiro deste ano. Localizada em Janaúba, Norte do estado, em uma área de 230 mil m², equivalente a 27 campos de futebol, a unidade angariou cerca de R$ 18,5 milhões em investimentos. “A planta é destinada ao atendimento a clientes atendidos em baixa tensão, como comércios e pequenas indústrias”, explica o executivo.
Agora, outras usinas serão instaladas em diferentes cidades, especialmente na região Norte de Minas que, segundo o Atlas Solarimétrico da Cemig, apresenta valores médios de potencial de geração de energia comparáveis aos melhores valores do país, encontrados no território nordestino. A potência total das nove usinas é de 32 MW, o que seria suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 37 mil residências.
Com uma crescente aplicação de recursos, a Cemig GD tem buscando ampliar sua participação no mercado de geração distribuída. “Como parte desse posicionamento, vamos anunciar em outubro uma nova marca”, revelou Gusmão.
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